segunda-feira, 30 de setembro de 2013

sábado, 28 de setembro de 2013

terça-feira, 24 de setembro de 2013

...

eu poderia falar muita coisa, mas o vitor MATOU A PAU no texto dele no ornitorrinco.
PUTA MERDA, BRASIL.

http://www.ornitorrinco.net.br/2013/09/carta-de-amor-numero-1.html?spref=fb

enfim,

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

The

Nunca haviam se visto. Nem acreditavam nisso. Moravam na mesma cidade, mas nunca, nunca haviam se visto. 75 amigos em comum. Ok. Bom número, mas nunca tinham se cruzado. Você foi naquele show? Fui, mas não te vi. Você estava naquele aniversário naquela casa que deu polícia? Estava, mas não me lembro de você. Você ama esse restaurante? Mentira, eu também venho aqui quase toda semana. Lutavam contra a memória, na esperança de achar um fio condutor de coincidências do passado. Aquele mísero fio que desafia o acaso, e nos faz ficar quentes por dentro. "Sim, eu já tinha te visto". "Sim, eu lembro de você no show". "É, naquela festa eu te vi de longe e te desejei". Queriam isso. Desejavam isso. Mas não tinham. Eram inéditos na cidade que obriga passado. A cidade que exige coincidências como certificado humano de existência. Aqui no balneário você só é alguém se tiver estudado com fulano. Você só tem valor se conhecer sicrano. Nessa cidade existe uma suruba em delay, um pequeno "Barrados no Baile" cafona, curiosidade sexual pelo ex da amiga, tesão encalacrado pela mulher que o seu camarada está apaixonado. Passeiam pouco. Chocados com o não encontro, com a falta de memória, um pouco frustrados até, de repente um dia despertaram. Não tinham passado. Mas tinham presente. 

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

nobody else but you and me, baby

sóbrio, ele me analisa
alto, ele me ama
alto, ele me pergunta o que eu li de filosofia
sóbria, eu digo que só leio romance

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Eu durmo comigo - Angélica Freitas


eu durmo comigo/ deitada de bruços eu durmo comigo/ virada pra direita eu durmo comigo/ eu durmo comigo abraçada comigo/ não há noite tão longa em que não durma comigo/ como um trovador agarrado ao alaúde eu durmo comigo/ eu durmo comigo debaixo da noite estrelada/ eu durmo comigo enquanto os outros fazem aniversário/ eu durmo comigo às vezes de óculos/ e mesmo no escuro sei que estou dormindo comigo/ e quem quiser dormir comigo vai ter que dormir ao lado.




(Livro: Um útero é do tamanho de um punho/ Editora: Cosac Naify -2012)